Características dos Platelmintos

Oi filha querida,

Agora nossa conversa é sobre os platelmintos. Você vai aprender mais nomes novos!

Os platelmintos são vermes que surgiram no planeta há cerca de 600 milhões de anos. Esses animais têm o corpo achatado, daí o nome do grupo: platelmintos (do grego platy, que significa achatado e helmin que quer dizer verme).

Há cerca de 15 mil espécies platelmintos, vivendo, principalmente, em ambientes aquáticos, como oceanos, rios e lagos. Alguns são encontrados em ambientes terrestres úmidos. Há platelmintos de vida livre e outros que parasitam outros animais, especialmente os vertebrados.

Os platelmintos medem desde poucos milímetros até vários metros. Eles possuem tubo digestório incompleto, isto é, têm apenas uma abertura, a boca, por onde ingerem alimentos e também eliminam as fezes (não possuem ânus).

Alguns platelmintos nem tubo digestório têm e vivendo adaptados à vida parasitária, absorvendo, através  da pele, o alimento já digerido pelo hospedeiro.

Dentre os vários platelmintos, vamos estudar em mais detalhes:

  • Planárias;
  • Tênias;
  • Esquistossomos.

Planárias

Medem cerca de 1,5 cm e podem ser encontrados em córregos, lagos e lugares úmidos. Movimentam-se com ajuda de cílios e se alimentam de moluscos, de outros vermes e de cadáveres de animais maiores.

A planária adulta é hermafrodita, isto é, apresenta tanto órgão reprodutores feminino quanto masculino. Elas têm enorme poder de regeneração: quando se corta o animal em alguns pedaços, cada um deles pode dar origem a uma planária inteira.

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Regeneração de uma planária produzindo dois novos indivíduos.

Tênias, a teníase e a cisticercose

As tênias são platelmintos parasitas que uma doença chamada teníase (já estudamos a teníase faz algum tempo). São também chamadas de solitárias porque, quase sempre, o hospedeiro traz apenas um verme adulto. O homem vítima da verminose apresenta a tênia no estado adulto em seu intestino delgado, sendo o hospedeiro definitivo.

São hermafroditas não necessitando de parceiros para a postura de ovos. A quantidade de ovos produzidos é muito grande. Os ovos são despreendidos saem com as fezes.

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A tênia é um platelminto.

O hospedeiro intermediário é o porco, que, por ser coprófago (se alimenta de fezes), ingere os ovos liberados pela tênia. Uma vez dentro do intestino do porco, os ovos caem no sangue e atingem principalmente a musculatura sublingual, diafragma, sistema nervoso e coração, transformando-se em larvas denominadas cisticercos. A cisticercose que pode ser fatal.

Quando o homem se alimenta de carne suína crua ou mal cozida contendo estes cisticercos, desenvolve a teníase. Os cisticercos se parecem com pérolas esbranquiçadas, com diâmetros variáveis, normalmente do tamanho de uma ervilha. Na linguagem popular, são chamados de pipoquinhas ou canjiquinhas.

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Ciclo da teníase.

Sintomas da teníase

Muitas vezes não há sintomas aparentes, porém, pode haver alterações do apetite (fome intensa ou perda do apetite), enjôos, diarréias frequentes, perturbações nervosas, irritação, fadiga e insônia.

Pevenção e tratamento

A melhor prevenção é cozinhar bem as carnes, bem como a existências de fiscalização adequada da carne de porco e seus derivados.

O tratamento é baseado na aplicação de niclosamida (ou diclorofeno, mebendazol etc). Como remédio natural existe o chá de sementes de abóbora, indicado até por médicos, especialmente para crianças e gestantes.


Esquistossomos e esquistossomose

Outro platelminto parasita humano é o esquistossomo. Ocorre em várias partes do planeta de forma não controlada (chama-se de forma endêmica). Nessas regiões, o número infectados se mantém mais ou menos constante.

Há cinco parasitas dessa classe. No Brasil, a esquistossomose (também chamada de barriga d’água) é causada pelo Schistossoma mansoni. O hospedeiro e reservatório do parasita é o homem, sendo que os ovos do esquistossomo se espalham a partir das fezes e urina humanas.

O esquistossomo tem como hospedeiro intermediário os caramujos, os caracóis ou as lesmas, onde os ovos passam a forma de larvas. A larva contamina águas não tratadas, como lagos e infecta o homem pela pele.

No homem o parasita se aloja nas veias do intestino e fígado causando obstrução das mesmas, sendo esta a causa da maioria dos sintomas da doença que pode ser crônica e levar a morte.

Contaminação

Os ovos eliminados na urina e fezes dos homens contaminados evoluem para larvas na água. Estas larvas se alojam em caramujos. Quando as larvas ficam adultas, são liberadas na água e contaminam o homem.

Quando atingem o sistema venoso humano os parasitas se desenvolvem, atingindo de 1 a 2 cm. Também no sangue do hospedeiro os esquistossomsos se reproduzem e eliminam ovos. O tempo para desenvolvimento do parasita no homem é de cerca de 6 semanas e a liberação de ovos pode permanecer por muitos anos.

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Ciclo da esquistossomose.

Sintomas

No momento da contaminação pode ocorrer irritação pele com coceira e vermelhidão. Depois de 4 a 8 semanas ocorrem febre, calafrios, dor-de-cabeça, dores abdominais, perda de apetite, náuseas, vômitos e tosse seca. Nesta fase o fígado e baço ficam aumentados e há ínguas pelo corpo.

Estes sinais desaparecerem em poucas semanas. E pessoa pode se tornar portadora do parasita sem nenhum sintoma. Ou ao longo dos meses apresentar a forma crônica da doença: fadiga, dor abdominal em cólica com diarréia intermitente ou disenteria.

Diagnóstico

A informação de que o doente esteve em área onde há muitos casos de doença é muito importante. Bem como a presença dos sintomas descritos. Exames de fezes e urina ou biópsias do intestino são exames definitivos. Há ainda testes de sangue que detectam a presença de anticorpos contra o parasita.

Tratamento

O tratamento de escolha com antiparasitários, substâncias químicas que eliminam o parasita que se toma sob a forma de comprimidos. Com isto se elimina o parasita e a disseminação dos ovos no meio ambiente. Quando a doente padece da forma crônica, as complicações requerem tratamento específico.

Prevenção

É uma doença mundial e endêmica em diversos locais (Penísula Arábica, África, América do Sul e Caribe) e há programas próprios para controlar a doença. Basicamente as estratégias para controle da doença baseiam-se em:

  • Identificação e tratamento dos doentes.
  • Saneamento básico (esgoto e tratamento das águas);
  • Combate do molusco hospedeiro intermediário;
  • Educação em saúde.

Beijo do pai!

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